Roland Barthes e Eros
Ao procurar livros nas estantes deparei com a obra de Roland Barthes, Fragmentos de um Discurso Amoroso, deixo aqui uma reflexão, deste autor da moda nas décadas de 70-80 do século XX, retirada ao acaso:
"Há duas afirmações do amor. Primeiro, e logo que o apaixonado encontra o outro, há uma afirmação imediata (psicologicamente: deslumbramento, entusiasmo, exaltação, projecção louca de um futuro pleno: sou devorado pelo desejo, a impulsão de ser feliz): digo que sim a tudo (cegando-me). Segue-se um longo túnel: o meu primeiro sim está atormentado por dúvidas, o valor do amor está permanentemente ameaçado de depreciação: é o momento da paixão triste, a ascensão do ressentimento e da oblação. Deste túnel posso, no entanto sair; posso novamente afirmar o que já afirmei uma vez, sem o repetir, pois agora o que afirmo é a afirmação, não a sua contingência: afirmo o primeiro encontro na sua diferença, quero o seu regresso, não a sua repetição. Digo ao outro ( velho ou novo): Recomecemos."
Roland Barthes, Fragmentos de um Discurso Amoroso, (Lisboa, Edições 70, 1987), pp.31-32
Ao procurar livros nas estantes deparei com a obra de Roland Barthes, Fragmentos de um Discurso Amoroso, deixo aqui uma reflexão, deste autor da moda nas décadas de 70-80 do século XX, retirada ao acaso:
"Há duas afirmações do amor. Primeiro, e logo que o apaixonado encontra o outro, há uma afirmação imediata (psicologicamente: deslumbramento, entusiasmo, exaltação, projecção louca de um futuro pleno: sou devorado pelo desejo, a impulsão de ser feliz): digo que sim a tudo (cegando-me). Segue-se um longo túnel: o meu primeiro sim está atormentado por dúvidas, o valor do amor está permanentemente ameaçado de depreciação: é o momento da paixão triste, a ascensão do ressentimento e da oblação. Deste túnel posso, no entanto sair; posso novamente afirmar o que já afirmei uma vez, sem o repetir, pois agora o que afirmo é a afirmação, não a sua contingência: afirmo o primeiro encontro na sua diferença, quero o seu regresso, não a sua repetição. Digo ao outro ( velho ou novo): Recomecemos."
Roland Barthes, Fragmentos de um Discurso Amoroso, (Lisboa, Edições 70, 1987), pp.31-32
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