Emanuel Swedenborg
A propósito do post de ontem do Almocreve das Petas sobre Emanuel Swedenborg, lembrei-me de um artigo de Charles Gross sobre o místico.
De acordo com Charles Gross, antes das suas visões místicas o interesse de Swedenborg pela alma teria levado este autor a estudar a sua localização no cérebro, tendo escrito uma série de extraordinários artigos sobre as funções cerebrais. Estes trabalhos conteriam algumas ideias que teriam antecipado, com cem anos de avanço, descobertas modernas. Caso das afirmações sobre o papel crucial desempenhado pelo cortex cerebral ao nível das funções sensoriais, motoras e cognitivas e isto num período em que se considerava que o cortex não tinha funções significativas. No entanto, os seus textos sobre o cérebro não tiveram qualquer impacto para o desenvolvimento da neurologia. As causas desta situação são várias. Provavelmente, os fisiologistas e anatomistas do seu tempo nem lteriam lido os seus trabalhos sobre o cérebero. Por outro lado, não teve cargos académicos nem tão puco colegas, estudantes ou estabeleceu uma correspondência científica. Também não desenvolveu de uma forma sistemática uma investigação empírica sobre o cérebro. A s suas especulações exprimiam-se numa linguagem barroca e grandiloquente o que aliado à sua fama de místico e louco não terá despertado o interesse dos estudiosos da época. O próprio Swedenborg perdeu o interesse pelas suas ideias acerca da eventual sede da alma e nunca terminou nem publicou os seus manuscritos sobre o tema.
Charles G. Gross, Brain, Vision, Memory, Tales in the History of Neuroscience, (Cambrige/Massachusetts, MIT Press, 1998), pp.119-136.
A propósito do post de ontem do Almocreve das Petas sobre Emanuel Swedenborg, lembrei-me de um artigo de Charles Gross sobre o místico.
De acordo com Charles Gross, antes das suas visões místicas o interesse de Swedenborg pela alma teria levado este autor a estudar a sua localização no cérebro, tendo escrito uma série de extraordinários artigos sobre as funções cerebrais. Estes trabalhos conteriam algumas ideias que teriam antecipado, com cem anos de avanço, descobertas modernas. Caso das afirmações sobre o papel crucial desempenhado pelo cortex cerebral ao nível das funções sensoriais, motoras e cognitivas e isto num período em que se considerava que o cortex não tinha funções significativas. No entanto, os seus textos sobre o cérebro não tiveram qualquer impacto para o desenvolvimento da neurologia. As causas desta situação são várias. Provavelmente, os fisiologistas e anatomistas do seu tempo nem lteriam lido os seus trabalhos sobre o cérebero. Por outro lado, não teve cargos académicos nem tão puco colegas, estudantes ou estabeleceu uma correspondência científica. Também não desenvolveu de uma forma sistemática uma investigação empírica sobre o cérebro. A s suas especulações exprimiam-se numa linguagem barroca e grandiloquente o que aliado à sua fama de místico e louco não terá despertado o interesse dos estudiosos da época. O próprio Swedenborg perdeu o interesse pelas suas ideias acerca da eventual sede da alma e nunca terminou nem publicou os seus manuscritos sobre o tema.
Charles G. Gross, Brain, Vision, Memory, Tales in the History of Neuroscience, (Cambrige/Massachusetts, MIT Press, 1998), pp.119-136.
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