Impressões
O calor dilata os corpos, mas a mim dilata sobretudo a alma. Pressinto um dia feliz.
Espanto e sentido
Todos os dias me espanto
porque
acordo
me levanto
tomo um café ou um chá
ou ambos
me lavo
me visto
e saio
para a rua
caminho
trabalho
falo
convivo
a irrealidade do real
os objectos desfilam
como num filme
ou por vezes
de modo mais estático
como num diaporama
interrogo-me
tudo
será uma representação
da mente
intencionalidade da consciência
fenómenos
mas sei que tu existes
e esta simples certeza
ou intuição
nada cartesiana
transforma por instantes
a constante vivência
da ilusão de ser
em ser mesmo
e encontro uma espécie
de sentido
atravesso o véu de maya
diriam os hindus
o sol existe
o azul existe
entro no filme/diaporama
até eu existo.
***
Ode a L.D. M.F.
De ti guardo a lembrança
da ternura imensa
de um abraço
no desespero da juventude
Evoco
o toque contínuo
das carícias no meu pulso
às mesas dos cafés
enquanto viajava
na gravidade da tua voz
Invoco
A brancura esguia
do teu corpo derramado
na areia negra
da praia do Pópulo
E mais do que tudo
lembro
a esfera de nós
paralela a tudo
a fusão na perfeição
as noites brancas
orgasmos sem sexo
mãos com mãos
E mais
mais
muito mais
na impossibilidade
de dizer
o sentir
o silêncio
a transbordar empatia.
O calor dilata os corpos, mas a mim dilata sobretudo a alma. Pressinto um dia feliz.
Espanto e sentido
Todos os dias me espanto
porque
acordo
me levanto
tomo um café ou um chá
ou ambos
me lavo
me visto
e saio
para a rua
caminho
trabalho
falo
convivo
a irrealidade do real
os objectos desfilam
como num filme
ou por vezes
de modo mais estático
como num diaporama
interrogo-me
tudo
será uma representação
da mente
intencionalidade da consciência
fenómenos
mas sei que tu existes
e esta simples certeza
ou intuição
nada cartesiana
transforma por instantes
a constante vivência
da ilusão de ser
em ser mesmo
e encontro uma espécie
de sentido
atravesso o véu de maya
diriam os hindus
o sol existe
o azul existe
entro no filme/diaporama
até eu existo.
***
Ode a L.D. M.F.
De ti guardo a lembrança
da ternura imensa
de um abraço
no desespero da juventude
Evoco
o toque contínuo
das carícias no meu pulso
às mesas dos cafés
enquanto viajava
na gravidade da tua voz
Invoco
A brancura esguia
do teu corpo derramado
na areia negra
da praia do Pópulo
E mais do que tudo
lembro
a esfera de nós
paralela a tudo
a fusão na perfeição
as noites brancas
orgasmos sem sexo
mãos com mãos
E mais
mais
muito mais
na impossibilidade
de dizer
o sentir
o silêncio
a transbordar empatia.
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