Março=> Poesia
Na manhã do trigésimo primeiro dia de Março, para encerrar o ciclo - que se iniciou com ela - um poema de Ingeborg Bachmann:
Anos Depois
No arco do Sol, poisa a seta do tempo.
Quando no rochedo a piteira aflora,
pesam-te o coração sobre ela ao vento
e ele acompanha o fim de cada hora.
Sobre os Açores há uma sombra distante,
e no teu peito a trémula granada.
Se a morte faz seu cúmplice o instante,
tu és o disco que a deixa ofuscada.
Se o mar colhe favores, brilhos de sóis,
sobe o nível para o sangue, uma mão cheia,
e a piteira floresce anos depois
junto aos rochedos que a maré incendeia.
Ingeborg Bachmann, O Tempo Aprazado, (Lisboa, Assírio e Alvim, 1992), p.79
Na manhã do trigésimo primeiro dia de Março, para encerrar o ciclo - que se iniciou com ela - um poema de Ingeborg Bachmann:
Anos Depois
No arco do Sol, poisa a seta do tempo.
Quando no rochedo a piteira aflora,
pesam-te o coração sobre ela ao vento
e ele acompanha o fim de cada hora.
Sobre os Açores há uma sombra distante,
e no teu peito a trémula granada.
Se a morte faz seu cúmplice o instante,
tu és o disco que a deixa ofuscada.
Se o mar colhe favores, brilhos de sóis,
sobe o nível para o sangue, uma mão cheia,
e a piteira floresce anos depois
junto aos rochedos que a maré incendeia.
Ingeborg Bachmann, O Tempo Aprazado, (Lisboa, Assírio e Alvim, 1992), p.79
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