Krishnamurti Cartas às Escolas, ou da Utopia (?) na Escola
O modelo de ensino veiculado por J.Krishnamurti implicaria profundas mudanças por parte do professor e de todo o sistema educativo existente:
O pedagogo deveria assumir uma atitude de disponibilidade, abdicar da vontade de poder face ao aluno. A escola teria por função ajudar o aluno a desabrochar para a bondade, a despertar a sua inteligência, a aprender a relacionar-se verdadeiramente com os outros, nomeadamente com o professor. A competitividade deixaria de fazer sentido. O aluno seria preparado para saber agir, inteligentemente, ou seja para operacionalizar os seus saberes de acordo com as situações.
Assim, ensinar não consistiria em incutir o medo, mas em orientar o aprendiz para a superação de todos os receios, conduzi-lo à responsabilização e à autonomia.
Fomentar-se-ia o espírito de tolerância, e o respeito pela diferença. Consequentemente, ensinar não se reduziria à acumulação de conhecimentos nem tão pouco à transmissão e perpetuação da tradição. Ensinar significaria inovar.
Na perspectiva de J.Krishnamurti, aprender e ensinar resultam de uma observação profunda e atenta. Ensinar é despertar no interior do aluno o sentido da responsabilidade total. Educar é aprender e, fundamentalmente, libertar a mente do medo.
Dada a especificidade da filosofia que apela à formação de uma reflexão crítica, radical e autónoma, convidando, neste sentido, o aprendiz de filósofo a observar e a escutar atentamente, a espantar-se, interrogar-se, a admitir a sua ignorância, a questionar as verdades feitas e os autoritarismos, a pôr em causa os valores estabelecidos, a criar a sua própria hierarquia axiológica consciente, todavia, da sua relatividade, a libertar-se dos constrangimentos e limitações do ego e da sociedade, em suma a saber agir. Se o professor de filosofia seguir o ideal de sageza implícito na disciplina e não se restringir à transmissão de conhecimentos decorrentes da tradição filosófica aproximar-se-ia do paradigma proposto por J. Krishnamurti nestas cartas.
Krishnamurti, Cartas às Escolas, (Lisboa, Livros Horizonte, 1988).
O modelo de ensino veiculado por J.Krishnamurti implicaria profundas mudanças por parte do professor e de todo o sistema educativo existente:
O pedagogo deveria assumir uma atitude de disponibilidade, abdicar da vontade de poder face ao aluno. A escola teria por função ajudar o aluno a desabrochar para a bondade, a despertar a sua inteligência, a aprender a relacionar-se verdadeiramente com os outros, nomeadamente com o professor. A competitividade deixaria de fazer sentido. O aluno seria preparado para saber agir, inteligentemente, ou seja para operacionalizar os seus saberes de acordo com as situações.
Assim, ensinar não consistiria em incutir o medo, mas em orientar o aprendiz para a superação de todos os receios, conduzi-lo à responsabilização e à autonomia.
Fomentar-se-ia o espírito de tolerância, e o respeito pela diferença. Consequentemente, ensinar não se reduziria à acumulação de conhecimentos nem tão pouco à transmissão e perpetuação da tradição. Ensinar significaria inovar.
Na perspectiva de J.Krishnamurti, aprender e ensinar resultam de uma observação profunda e atenta. Ensinar é despertar no interior do aluno o sentido da responsabilidade total. Educar é aprender e, fundamentalmente, libertar a mente do medo.
Dada a especificidade da filosofia que apela à formação de uma reflexão crítica, radical e autónoma, convidando, neste sentido, o aprendiz de filósofo a observar e a escutar atentamente, a espantar-se, interrogar-se, a admitir a sua ignorância, a questionar as verdades feitas e os autoritarismos, a pôr em causa os valores estabelecidos, a criar a sua própria hierarquia axiológica consciente, todavia, da sua relatividade, a libertar-se dos constrangimentos e limitações do ego e da sociedade, em suma a saber agir. Se o professor de filosofia seguir o ideal de sageza implícito na disciplina e não se restringir à transmissão de conhecimentos decorrentes da tradição filosófica aproximar-se-ia do paradigma proposto por J. Krishnamurti nestas cartas.
Krishnamurti, Cartas às Escolas, (Lisboa, Livros Horizonte, 1988).
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