Confidências e Desabafos de Savarin (95)
Será que na Hungria, arderam todas as padarias em 1991?
Em 1980 uma amiga, no seu regresso de uma viagem a Londres, trouxe-me como prenda, um livro de culinária intitulado The Hungarian Cuisine I Love, da autoria de Jules Bond. Não me perguntem se o senhor é parente do James Bond. Na badana, somos informados que Jules é um colunista de gastronomia, muito viajado e conhecido nos círculos de gourmets, membro de numerosas sociedades gastronómicas internacionais, caso do prestigiado Club des Vingt-six!
Apesar do curriculum notável do seu autor, só onze anos depois testei algumas das sugestões do livro. No ano lectivo de 1990-1991, em Évora, a minha vida, e a de um pequeno grupo de amigos, passava-se entre aulas, cursos e jantares. O objectivo era ir experimentando receitas de diferentes países, Índia, Japão, França ... até que me lembrei do Bond e "então vá" de operacionalizar a cozinha húngara por ele amada.
Para entrada, umas bolinhas de queijo, Lipto Cheese Spread; como prato principal o nada original, mas tentador Gulyas, que é como quem diz, o por demais batido Goulash; à sobremesa, a tradicional e trabalhosa Dobos Torte.
Mesa posta, iguarias dispostas e expostas. A refeição começou, e depois do entusiasmo inicial, logo se ouviram perguntas do tipo:
- Então na Hungria não se cultivam cereais? Não há searas?
- Na Húngria não há padeiros? Os húngaros não fazem pão?
-Os húngaros não comem pão às refeições?
E, assim por diante, eu estava nem aí, e confesso que não percebia patavina, não estava a ver qual era o objectivo de todas aquelas interrogações, com o cérebro toldado pelos vapores do Gulyas.
Só quando me perguntaram directamente se eu tinha pão em casa, é que compreendi a razão de ser de tanto entusiasmo pela cultura dos cereais na Hungria, esquecera-me de pôr pão na mesa, o que em pleno Alentejo é uma falha imperdoável.
Deu-se o jantar por encerrado às 8 horas da matina.
Das receitas húngaras do Bond se dará notícia em próximo post.
Será que na Hungria, arderam todas as padarias em 1991?
Em 1980 uma amiga, no seu regresso de uma viagem a Londres, trouxe-me como prenda, um livro de culinária intitulado The Hungarian Cuisine I Love, da autoria de Jules Bond. Não me perguntem se o senhor é parente do James Bond. Na badana, somos informados que Jules é um colunista de gastronomia, muito viajado e conhecido nos círculos de gourmets, membro de numerosas sociedades gastronómicas internacionais, caso do prestigiado Club des Vingt-six!
Apesar do curriculum notável do seu autor, só onze anos depois testei algumas das sugestões do livro. No ano lectivo de 1990-1991, em Évora, a minha vida, e a de um pequeno grupo de amigos, passava-se entre aulas, cursos e jantares. O objectivo era ir experimentando receitas de diferentes países, Índia, Japão, França ... até que me lembrei do Bond e "então vá" de operacionalizar a cozinha húngara por ele amada.
Para entrada, umas bolinhas de queijo, Lipto Cheese Spread; como prato principal o nada original, mas tentador Gulyas, que é como quem diz, o por demais batido Goulash; à sobremesa, a tradicional e trabalhosa Dobos Torte.
Mesa posta, iguarias dispostas e expostas. A refeição começou, e depois do entusiasmo inicial, logo se ouviram perguntas do tipo:
- Então na Hungria não se cultivam cereais? Não há searas?
- Na Húngria não há padeiros? Os húngaros não fazem pão?
-Os húngaros não comem pão às refeições?
E, assim por diante, eu estava nem aí, e confesso que não percebia patavina, não estava a ver qual era o objectivo de todas aquelas interrogações, com o cérebro toldado pelos vapores do Gulyas.
Só quando me perguntaram directamente se eu tinha pão em casa, é que compreendi a razão de ser de tanto entusiasmo pela cultura dos cereais na Hungria, esquecera-me de pôr pão na mesa, o que em pleno Alentejo é uma falha imperdoável.
Deu-se o jantar por encerrado às 8 horas da matina.
Das receitas húngaras do Bond se dará notícia em próximo post.
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