Anoitecer

Mais um dia luminoso de Verão se volatiliza no coro de mil aves. É tempo de relembrar um poema de Jorge Luís Borges:

A jovem noite

Já as lustrais águas da noite me absolvem
das muitas cores e das muitas formas.
Já no jardim as aves e os astros exaltam
o regresso ansiado das antigas normas
do sonho e da sombra. Já a sombra selou
os espelhos que copiam a ficção das coisas.
Melhor disse Goethe: O próximo afasta-se.
Essas palavras condensam todo o crepúsculo.
No jardim as rosas deixam de ser as rosas
e querem ser a Rosa.
(Os Conjurados, Lisboa, Difel, s/d), p.25

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