2.3.6. Da Cor e da Luz na Pintura
A Contribuição de Delacroix
A matéria cromática componente das estruturas dos quadros é completamente diferente das vibrações luminosas, que provocam as nossas sensações coloridas.
Um objecto azul reflecte ordinariamente violeta e verde ao mesmo tempo que o azul, o mesmo fenómeno se produz caso o objecto seja amarelo ou verde, sendo as proporções e as combinações destes tons inumeráveis. O pintor tem acesso um número ilimitado de pigmentos, os quais pode combinar e usar segundo a sua própria intuição, visando atingir determinados objectivos, "materialisando" a sua representação da realidade, vivências, pensamentos, emoções desejos. O pintor joga com as cores como o executante com o seu instrumento Pintores houve, que preparavam eles próprios com todo o cuidado e perícia as suas próprias cores, a fim de mais perfeita e rigorosamente se expressarem.
A cor como símbolo tem uma função estética e expressiva com uma forte carga emocional de empatia com a realidade. A cor expressa simbolicamente mediante um impulso, é o recolher o símbolo vivo da experiência, não existindo uma relação de causa efeito entre o símbolo e o significado do mesmo. "Não sei se alguém antes de mim falou em cores sugestivas...escreveu Van Gogh, numa das cartas a seu irmão Theo. Nesse sentido, já escrevera Delacroix no seu diário Delacroix que pensava e vivia na sua obra, a força expressiva da cor): “A pintura remove sentimentos que as palavras apenas podem exprimir de uma maneira vaga... E esse dom mágico emana em grande parte da cor". Continua mais adiante o pintor: "Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, considero que a cor tem uma força muito mais misteriosa e talvez mais dominadora: ela actua, por assim dizer, à nossa revelia.” Diário, Extractos, (Lisboa, Editorial Estampa, 1979), p.99
A pintura Romântica é música pelo seu poder de expressar na cor os seus reflexos múltiplos, as suas degradações, as passagens de tom. A sensação sonora e a sensação cromática confundem-se, cor e som, cor e forma são pensamento em acção. Para Delacroix as cores são a música dos olhos, elas combinam-se como as notas. Certas harmonias de cores produzem sensações que a música ela própria não pode atender. (op. cit., pp.117-118).
Antes de Delacroix os grandes pintores sabiam que através da cor manifestavam sua alma. Porém, segundo René Huygue, Delacroix teria conquistado, com a sua admirável inteligência e lucidez, o conhecimento pleno dos poderes da cor que os seus percursores usaram de uma forma intuitiva. Delacroix teria revelado à pintura a consciência sobre ela mesma. No seu diário de 22 de Janeiro de 1853 postulava que a cor aumenta o efeito do quadro pela imaginação. Seguindo o impulso de Delacroix, os simbolistas terão uma concepção cada vez mais clara dos liames secretos constitutivos de uma cadeia formada a partir das vibrações do nervo óptico.
A matéria cromática componente das estruturas dos quadros é completamente diferente das vibrações luminosas, que provocam as nossas sensações coloridas.
Um objecto azul reflecte ordinariamente violeta e verde ao mesmo tempo que o azul, o mesmo fenómeno se produz caso o objecto seja amarelo ou verde, sendo as proporções e as combinações destes tons inumeráveis. O pintor tem acesso um número ilimitado de pigmentos, os quais pode combinar e usar segundo a sua própria intuição, visando atingir determinados objectivos, "materialisando" a sua representação da realidade, vivências, pensamentos, emoções desejos. O pintor joga com as cores como o executante com o seu instrumento Pintores houve, que preparavam eles próprios com todo o cuidado e perícia as suas próprias cores, a fim de mais perfeita e rigorosamente se expressarem.
A cor como símbolo tem uma função estética e expressiva com uma forte carga emocional de empatia com a realidade. A cor expressa simbolicamente mediante um impulso, é o recolher o símbolo vivo da experiência, não existindo uma relação de causa efeito entre o símbolo e o significado do mesmo. "Não sei se alguém antes de mim falou em cores sugestivas...escreveu Van Gogh, numa das cartas a seu irmão Theo. Nesse sentido, já escrevera Delacroix no seu diário Delacroix que pensava e vivia na sua obra, a força expressiva da cor): “A pintura remove sentimentos que as palavras apenas podem exprimir de uma maneira vaga... E esse dom mágico emana em grande parte da cor". Continua mais adiante o pintor: "Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, considero que a cor tem uma força muito mais misteriosa e talvez mais dominadora: ela actua, por assim dizer, à nossa revelia.” Diário, Extractos, (Lisboa, Editorial Estampa, 1979), p.99
A pintura Romântica é música pelo seu poder de expressar na cor os seus reflexos múltiplos, as suas degradações, as passagens de tom. A sensação sonora e a sensação cromática confundem-se, cor e som, cor e forma são pensamento em acção. Para Delacroix as cores são a música dos olhos, elas combinam-se como as notas. Certas harmonias de cores produzem sensações que a música ela própria não pode atender. (op. cit., pp.117-118).
Antes de Delacroix os grandes pintores sabiam que através da cor manifestavam sua alma. Porém, segundo René Huygue, Delacroix teria conquistado, com a sua admirável inteligência e lucidez, o conhecimento pleno dos poderes da cor que os seus percursores usaram de uma forma intuitiva. Delacroix teria revelado à pintura a consciência sobre ela mesma. No seu diário de 22 de Janeiro de 1853 postulava que a cor aumenta o efeito do quadro pela imaginação. Seguindo o impulso de Delacroix, os simbolistas terão uma concepção cada vez mais clara dos liames secretos constitutivos de uma cadeia formada a partir das vibrações do nervo óptico.
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