Impressões de ontem

Perdi o autocarro, mesmo por um triz, e lá fiquei, na paragem, à espera do seguinte, a olhar para a mesquita, em frente dos meus olhos, eu que não acredito em nenhum deus e, ainda menos em Alá. Muito alcatrão, muita gente, homens "hipercalóricos", mulheres "hipercalóricas", uma velha senhora minúscula, com um lenço repleto de inscrições e símbolos Chanel, a tapar um penteado, tipo "colchão no toucado"; raparigas bonitas, rapazes nem tanto, autocarros, táxis, americanos a perguntar onde é o metro, duas italianas esbaforidas apanham, à tangente o autocarro para Sesimbra, mais senhoras, mulheres, homens, raparigas, rapazes, [é caso para perguntar onde estão as crianças?) e eis que chega o almejado 158.

Da janela do autocarro, a caminho da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, pouco antes de Âlcantara, ao passar pelo bairro multicolorido, onde - presumo - foram realojados muitos dos moradores do Casal Ventoso, reparo no logotipo de uma montra: uma senhora de tailleur e chapéu azul turqueza ilustra a designação Mini-mercado Lady Di.


Na paragem da Faculdade, dois estudantes, um português e um japonês - saiem de skate na mão, depositam-no no pavimento, e logo deslizam, com agilidade, pelo campus até ao edíficio onde, provavelmente, decorrerão as aulas do seu curso. Pela parte que me toca, vou até à biblioteca esperar que a secretaria abra as suas portas ao público.

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