Da Morte (10)
O que pensam os filósofos ...
A filosofia como preparação para a morte:
[Sócrates] - "(...) O comum das pessoas está provavelmente, longe de presumir qual o verdadeiro alvo da filosofia, para aqueles que porventura o atingem, e ignoram que a isto se resume: um treino de morrer e estar morto. Mas, uma vez que assim é, custaria a compreender que alguém passasse toda uma vida sem outra aspiração, para se revoltar justamente na iminência dessa realidade, que há tanto tempo era o objecto exclusivo do seu empenho e dos seus esforços..."
Platão, Fédon, 64, (Lisboa, Lisboa Editora, 1999), p.49.
O homem: ser-para-a-morte
De acordo com Heidegger o homem é um ser-para-a-morte. Todavia, a morte não é o acontecimento ôntico que põe fim à vida, mas o advento interior à ek-sistência, a sua inalienável possibilidade. A concepção metafísica da morte como uma separação da alma e do corpo não contempla esta experiência. A morte entendida enquanto separação, é, por assim dizer, a morte da morte, ou seja o fim do processo do ser-para-a-morte. O paradoxo do ser humano reside no facto que a sua possibilidade mais próxima é simultaneamente a impossibilidade mais radical do seu ser, pois morrer é ser eliminado do ser-no-mundo e do ser-com-os-outros.
Ver Martin Heidegger, Être et Temps, (Paris, Gallimard, 1964), pp.142-159.
O que pensam os filósofos ...
A filosofia como preparação para a morte:
[Sócrates] - "(...) O comum das pessoas está provavelmente, longe de presumir qual o verdadeiro alvo da filosofia, para aqueles que porventura o atingem, e ignoram que a isto se resume: um treino de morrer e estar morto. Mas, uma vez que assim é, custaria a compreender que alguém passasse toda uma vida sem outra aspiração, para se revoltar justamente na iminência dessa realidade, que há tanto tempo era o objecto exclusivo do seu empenho e dos seus esforços..."
Platão, Fédon, 64, (Lisboa, Lisboa Editora, 1999), p.49.
O homem: ser-para-a-morte
De acordo com Heidegger o homem é um ser-para-a-morte. Todavia, a morte não é o acontecimento ôntico que põe fim à vida, mas o advento interior à ek-sistência, a sua inalienável possibilidade. A concepção metafísica da morte como uma separação da alma e do corpo não contempla esta experiência. A morte entendida enquanto separação, é, por assim dizer, a morte da morte, ou seja o fim do processo do ser-para-a-morte. O paradoxo do ser humano reside no facto que a sua possibilidade mais próxima é simultaneamente a impossibilidade mais radical do seu ser, pois morrer é ser eliminado do ser-no-mundo e do ser-com-os-outros.
Ver Martin Heidegger, Être et Temps, (Paris, Gallimard, 1964), pp.142-159.
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