António de Abreu
[Esquisso]

Na manhã de 7 de Julho de 1927, António deambulava por Paris arrastado pela ansiedade intrínseca aos momentos, sempre inquietantes, que antecipam as grandes revelações. Simultaneamente evocou, com desvanecimento, os animadores resultados das suas últimas investigações, apesar de desenvolvidas em condições de trabalho adversas e insuficientes. Considerara urgente publicitar as novas novas técnicas, a nível internacional, no intuito de marcar a prioridade da descoberta, prioridade, que em seu entender, não deveria ser menosprezada em assuntos daquela natureza. Pois, embora movido pela ânsia de saber, o desejo de renome era um estímulo crucial na génese do seu trabalho de pesquisa. Neste sentido, coligiu todos os elementos necessários e anunciou à Sociedade de Neurologia de Paris, uma comunicação a realizar na sessão do dia em que vagueia pelas ruas de Paris, intitulada: A Encefalografia Arterial sua importância na localização dos tumores cerebrais.

As imagens das cabeças decepadas - imprescindíveis para o estudo radiográfico da rede arterial cerebral - cedidas pelo Instituto de Anatomia, e transportadas num automóvel particular para o Serviço de Raio X do Hospital Escolar, perderam os contornos e a nitidez.

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