Matsuo Bashô

Quando era aluna do ensino secundário, fiquei fascinada com um poema/haiku de Bashô incluído numa colectânea de textos para a disciplina de Português:

"Ervas do estio
Eis o que resta
do sonho dos guerreiros"

Hoje encontrei na livraria aqui perto de casa, editado pela Assírio e Alvim, um livro do referido poeta japonês, com as obras, "O Gosto Solitário do Orvalho" e o "Caminho Estreito." Em nota final somos informados que a primeira obra já tinha sido publicada pela mesma editora em 1986, na colecção Gato Maltês e a segunda pela Casa Matilde Urbach em 1987 com um título mais extenso e depois pela Fenda em 1995. O livro é enriquecido com belas ilustrações japonesas.

Para além do mais, enquanto me deliciava a saborear um chá preto com especiarias, apareceu uma simpática amiga e logo ocorreu um agradável diálogo.
Enfim, um momento de serena felicidade num dia azul de Inverno.

A propósito:

"O Inverno é a estação do frio; não só do frio que enregela os animais, mas também o frio de cujo significado profundo e interior nos apercebemos apenas em raros momentos de medo ou solidão.

A lua no Inverno e a chuva do fim do Outono evocam diferentes sensações. Mas é a neve que no seu leque de significados e variedade de tratamento corresponde às flores de cerejeira noa Primavera, ao cuco no Verão e à lua no Outono. Apesar das tarambolas, mochos, águias e aves aquáticas, a poesia do Inverno é sobretudo a poesia da imobilidade e do silêncio." Texto adaptado de R. Blith

Matsuo Bashô, O Gosto Solitário do Orvalho; O caminho Estreito, (Lisboa, Assírio e Alvim, 2003), pp. 37 e 47.

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