O Grilo

Ontem, quando me fui deitar ponderei fechar a varanda do meu quarto, prevendo uma possível interrupção do sono, pelos ruídos - de carros, corujas e bêbedos - vindos da rua, ao longo da noite. Mas, a transparência grácil da cambraia movida pela aragem, convenceu-me a deixar as portadas abertas.

Do fundo de um sonho, um grilo esganiçado fez-se ouvir, em grande desatino, junto à cabeceira da cama. Como não se calava, mudei de quarto, li uns apontamentos sobre o "Annus Mirabilis" de Einstein, pensei num qualquer tu, e devo ter adormecido, porque hoje acordei.

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