Impressões

Ontem, pelas 17.45, subi ao castelo para levar a minha filha à sua primeira aula de dança contemporânea, no Convento da Saudação. Sob uma chuva morna, trepámos o Quebra-costas com os nossos guarda-chuvas made in China, em tons de amarelo. Durante o tempo de aula dela, sentei-me no claustro quadrado, cujas cores se fundiam no cinzento matizado de lilás e amarelo do horizonte, tão baixo, a ler o epílogo do livro, de Claire Douglas, com o pomposo título: Translate This Darkness, The Life of Christiana Morgan, The Veiled Woman in Jung's Circle, por entre espiadelas às laranjeiras e à instalação de dez prateleiras de vidro suspensas por fios de nylon, que atravessam o centro do claustro, em fila indiana.
Finda a aula, lusco-fusco, corremos em grande euforia, pelas escadas e ruas íngremes até ao Largo dos Paços do Conselho.

Noite à Varanda:

Depois de velar a lua, a névoa preencheu todos os espaços vazios do Largo, em louvor de Aristóteles.


Nos últimos dias, fora tomada de assalto pela pergunta: A minha vida pertence-me? Não por razões místicas ou tão pouco metafísicas, mas em função dos pequenos turbilhões do quotidiano, das rotinas, das obrigações, das reuniões para isto e para aquilo, na incontabilidade dos mesquinhos afazeres. Um almoço em Portalegre, no Sábado, Domingo, o final do dia de ontem afastaram, em parte, a questão candente acima enunciada.

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