Tarde com Poesia - Mais um poema de Alberto de Serpa

Encontro

O amor vem assim, como a água do rio, lá em baixo,
serena...

As duas bocas emudecem e é a noite quem fala.
Todos os passos difíceis e ocultos do amor
estão agora na noite parada à volta dos amorosos.
Há carícias nas folhas dos arbustos mais altos verga-
dos pela brisa,
segredos inquietos no rastejar dos vermes inofensivos,
avisos numa estrela que mal se vê no céu claro...

O luar faz abrir, nos jardins mais próximos, as rosas,
e o perfume chega como um convite ao sonho.

No meio desta noite pode um amor ser eterno...

Alberto de Serpa,"Lisboa é Longe," in A Poesia de Alberto de Serpa, (Editora Nova Renascença), p.160

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