"Há um Esplendor do Tédio," Soledade dixit, na caixa de comentários.

De acordo com Kierkegaard há dois graus ou tipos de tédio, à semelhança do que acontece com a distinção entre medo e angústia. Há as formas superficiais de tédio, em que o homem se aborrece de qualquer coisa de concreto e outras formas mais profundas, quando o indivíduo experimenta um autêntico aborrecimento, que se apodera dele por completo, sem fundamento determinado e o faz sentir-se enfadado, sendo, então, assaltado pelo sentimento de um vazio indefinido. Perante este vazio tudo perde o sentido, nada interessa, nada parece importante ou merecedor de atenção. Tal como sucede na angústia, embora com maior sucesso pode combater-se o tédio com divertimentos e distracções, procedimento que Kierkegaard baptizou com a expressão: "economia das variações", consistindo a estratégia em mudar continuamente de meio no intuito de fugir ao peso da existência. O tédio torna-se então um verdadeiro estímulo pois suscita a curiosidade... Neste sentido, o filósofo dinamarquês afirmou que no princípio era o tédio...

Todavia, quando o tédio toma conta do homem por inteiro, não o deixa escapar e desencadeia efeitos idênticos aos provocados pela angústia. O homem será então obrigado a desprender-se da agitação da vida vulgar e inautêntica, para se converter a uma existência autêntica.

Mas, também, pode reconhecer-se incapaz de se manter na senda da autenticidade e recair, constantemente, nas formas inautênticas de existência...

Alguém com os pés assentes na terra diria, estes pré- existencialistas e existencialistas mesmo, cultivam os estados mórbidos da alma...

Comentários

Mensagens populares