Breves apontamentos sobre grandes questões das neurociências (4)
Ce qui nous fait penser. La nature de la règle
Paul Ricoeur prossegue afirmando, que enquanto um dos discursos remete para conceitos como neurónios, conexões neuronais, sistema neuronal, no outro fala-se de conhecimento, de acção, de sentimento, ou seja de actos ou de estados caracterizados por intenções, motivações, valores. Ricoeur sublinha que combaterá aquilo que designa por amálgama semântica e que vê resumida na fórmula, digna de um oxímoro: "O cérebro pensa." Neste sentido, declara que parte de um dualismo semântico. Como hipótese de partida não vê a passagem de uma para outra ordem do discurso: ou bem que se fala de neurónios, e situamo-nos numa certa linguagem, ou bem que falamos de pensamentos, de acções, de sentimentos e os ligamos ao nosso corpo com o qual estamos numa relação de posse e de pertença. Assim eu poderei dizer que as minhas mãos, os meus pés, etc são os meus orgãos no sentido em que eu caminho com os meus pés, agarro com as minhas mãos, mas isto relevaria do vivido. Em contrapartida, quando me dizem que eu tenho um cérebro, nenhuma experiência viva, nenhum vivido corresponde a isto., eu aprendo-o nos livros, conclui Ricoeur.
Objecta Jean-Pierre-Changeux: Excepto quando tenho uma dor de cabeça ou uma lesão cerebral, devida por exemplo a um acidente que pode privar da fala ou da capacidade de ler ou escrever.
Continua
Ce qui nous fait penser. La nature de la règle
Paul Ricoeur prossegue afirmando, que enquanto um dos discursos remete para conceitos como neurónios, conexões neuronais, sistema neuronal, no outro fala-se de conhecimento, de acção, de sentimento, ou seja de actos ou de estados caracterizados por intenções, motivações, valores. Ricoeur sublinha que combaterá aquilo que designa por amálgama semântica e que vê resumida na fórmula, digna de um oxímoro: "O cérebro pensa." Neste sentido, declara que parte de um dualismo semântico. Como hipótese de partida não vê a passagem de uma para outra ordem do discurso: ou bem que se fala de neurónios, e situamo-nos numa certa linguagem, ou bem que falamos de pensamentos, de acções, de sentimentos e os ligamos ao nosso corpo com o qual estamos numa relação de posse e de pertença. Assim eu poderei dizer que as minhas mãos, os meus pés, etc são os meus orgãos no sentido em que eu caminho com os meus pés, agarro com as minhas mãos, mas isto relevaria do vivido. Em contrapartida, quando me dizem que eu tenho um cérebro, nenhuma experiência viva, nenhum vivido corresponde a isto., eu aprendo-o nos livros, conclui Ricoeur.
Objecta Jean-Pierre-Changeux: Excepto quando tenho uma dor de cabeça ou uma lesão cerebral, devida por exemplo a um acidente que pode privar da fala ou da capacidade de ler ou escrever.
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