Tudo quanto penso...

Tudo quanto penso,
Tudo quanto sou
É um deserto imenso
Onde nem eu estou.

Extensão parada
Sem nada a estar ali,
Areia peneirada
Vou dar-lhe a ferroada
Da vida que vivi.

[...]


Fernando Pessoa, Poesias Inéditas (1930-1935), (Lisboa, Ática, 1978), p.190

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