Nocturno

Esta noite vou correr num campo de hortelã-pimenta
sentir o calor da terra
e a frescura do ar
sob a brancura da lua
ao som de grilos e rãs
na margem das águas
encantada com os meus fantasmas

De X para Y

X pensou que talvez haja corpos que se escolhem, independentemente, da vontade dos donos. Corpos que querem certos corpos. Que fazer? Talvez... como dizia Abrunhosa. Fruir, em absoluto, a efemeridade da opção da carne até que se esgote a si mesma.

X ama a evanescência do ser e do acontecer, sentir um pé no precipício quase a tombar no abismo. Mas, pressente a unidade na pluralidade, a imutabilidade no devir. Há, também preferências que não se esgotam, não cedem à entropia, apesar de todos os jogos e interesses paralelos. Quais?

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