O Momentâneo, o permanente e o Eterno

"6. Estou de passagem:
amo o efémero."

Eugénio de Andrade, "Cristalizações" in Ostinato Rigore

O eterno espreita através do momentâneo, se o momentâneo for vivido sem nenhum desejo de permanência. O permanente é uma projecção no futuro, o desejo que faz perder o eterno. A vivência do instante na sua totalidade a ponto de se esquecer o permanente permite tocar o eterno. O permanente não é real, o eterno é a profundidade do momentâneo.
Uma flor ou um amor são efémeros, mas o ser flor e o florescer são eternos, os amantes vão e vêm, Eros persiste.

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