A Minha Biblioteca Existencial (2)

Kafka, O Processo, Ponta Delgada em 1979 Quando terminei a leitura de rajada do Processo de Kafka, senti-me sufocada e tive um impulso para sair de casa, descongestionar, andar a pé, inspirar ar fresco. Estava mesmo perturbada, até porque fui estabelecendo paralelismos entre o absurdo confrangedor da situação vivida pelo protagonista e as minhas perspectivas, de então, sobre a sociedade e a família. Devo dizer, que antes mais do que agora tudo me parecia absurdo e seguia uma filosofia existencialista.

A Metamorfose, Lembro-me de numa oral de Teoria da História o professor Borges de Macedo me ter questionado sobre as minhas leituras, referi Kafka inclusive a
A Metamorfose e confrontámos interpretações.
A Grande Muralha da China Li em 1979/80. Gostei muito das Investigações de um Cão. Integrei-as numa selecção de textos para o 10º ano em 1991 sobre os valores estéticos, que dei a ler aos alunos da noite.
Eugene Ionesco, O Solitário Ponta Delgada 1980 http://www.kirjasto.sci.fi/ionesco.htm Fedor Dostoievski ou Fjodor Dostojevskij
Noites Brancas http://www.ebooksbrasil.com/eLibris/noitesbrancas.html Ponta Delgada 1980. Uma história comovente de um sonhador, que encontra o amor e o perde para o anterior namorado da sua bem amada, que entretanto regressa.... No entanto, apesar da sua mágoa o sonhador conclui: "(…) e bendita sejas tu própria pelo minuto de felicidade e de alegria que proporcionaste a um coração solitário e grato."
Meu Deus! Um minuto inteiro de felicidade! Afinal não basta isso para encher a vida inteira de um homem?..." Recomendado pelo L.D.M.F. num dia em que estava de camisa preta e calças de ganga, que lhe ficavam particularmente bem. Quando me perguntou o que tinha achado do livro, respondi-lhe que era uma história parva. Ele olhou-me incrédulo, perante tamanha heresia e falta de sensibilidade da minha parte. Eu ri-me e disse parva em latim significa pequena, estava a ironizar …
Boris Vian, O Outono em Pequim Lisboa 1980
Dostoievski, Obras Completas, Clássicos Arcádia, III vol., Feira do Livro de Lisboa, 1980
O Arranca Corações, Lisboa 1981, Lido, em grande parte, nas aulas de Direito na Universidade Católica de Lisboa. Hilariante!
Alberto Morávia, O Autómato, Uma série de short stories fora de série
Albert Camus, O Estrangeiro, Ponta Delgada Verão de 1981
Virgínia Woolf, Um Quarto que Seja Seu, Lisboa, 1981

Anatole France, A Revolta dos Anjos, Coimbra, 1984 Uma divertida comédia que saboreei na serra da Lousã na casa da minha avó materna.
Céline, Viagem ao Fim da Noite, Coimbra 1984
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano, Coimbra 1984
Como a Água que Corre, Coimbra 1984
A Obra ao Negro Ponta Delgada em 1985, findo o curso de Filosofia, de férias antes de começar a minha jornada como professora do ensino secundário e a minha autonomia financeira.
Selma Lagerlöf , A Lenda de Gösta Berling Uma história fantástica, poética povoada de mitos http://www.kirjasto.sci.fi/lagerlof.htm
Os Sete Pecados Mortais, desta colectânea de contos destaco A Rosa do Natal
Andrè Maurois, Climas e Rosas de Setembro, dois livros simpáticos para ler nas férias
Morris West, O Mundo é Feito de Vidro. Figueira da Foz. Uma perspectiva romanceada sobre as relações de Jung, o célebre discípulo dissidente de Freud, com as suas pacientes e não só.
Jean Cocteau, Desatino, um verdadeiro desatino
Thomasi di Lampedusa, O Leopardo, 1986. Amirável
Stefan Zweig, Amok, 1986. Impressionante descrição do estar fora de si
Carlo Coccioli, O Jogo, 1986. O sentido da vida, o que é isso?
Simone de Beauvoir, A Mulher Destruída, 1988. Infelizmente, o retrato de muitas vidas de mulheres.
José Saramago, Memorial do Convento Figueira da Foz 1986/1987 o primeiro livro que li do Saramago. Foram momentos mágicos. Não gostei dos outros livros dele (O Ano da Morte de Ricardo Reis, Todos os Nomes…), em contraposição nenhum me deu tanto prazer ler. Pareciam repetições da mesma fórmula, com menos brilho e menor intensidade.
Thomas Mann, O Fausto Outono de 1987. A este livro estão associadas imagens dos castanheiros dourados pela luz do Outono. Senti imensos arrepios quando Mefistófeles aparecia. http://www.kirjasto.sci.fi/tmann.htm
As Cabeças Trocadas uma adaptação de uma narrativa mítica indiana
O Cisne Negro
Os Melhores Contos (Morte em Veneza, A Pequena Lizzy, O Sangue dos Walsung, O Diletante) Quando li Morte em Veneza até senti a maresia.
Durante algum tempo interessei-me pela literatura do fantástico. Lia autores como
Hoffmann, O Violino Misterioso
E Edgar Alan Poe, Histórias Completas, Feira do livro de Lisboa 1985
Karen Blixen, Sete Contos Góticos Évora em 1987. Contos para reler
Yukio Mishima, O Templo da Aurora, Figueira da Foz, 1988
1988 - Agosto 1988 - Quando a minha filha mais velha nasceu li todas as aventuras de Scherlock Holmes, pois tive que permanecer uma semana no hospital, porque ela foi prematura e, por essa altura eu andava com a obsessão dos policiais.
Umberto Eco, O Pêndulo de Foucault Mafra em 1988 Uma crítica certeira a certos movimentos ligados ao esoterismo, que rendeu uma crítica negativa na revista esotérica brasileira Planeta
Isabel Allende, A Casa dos Espíritos, Évora, Quinta dos Meninos Órfãos, 1989, um clássico do realismo maravilhoso sul americano…
Michel Déon, Escrevo-lhe de Itália Évora 1989. Lido na Quinta dos Meninos Órfãos onde havia um belo laranjal. Gostava de passear por ali e sentir o aroma das mil flores. Estava tão obsecada com as flores de laranjeira que acabei por fazer geleia de flores de laranjeiraTambém havia uma bela ameixeira. Aí também dei jantares memoráveis. Reli-o há pouco tempo

Lawrence Durrel, Um Sorriso nos Olhos da Alma, Évora, 1990 Um dos meus livros preferidos.

Patrick Süskind, O Perfume, Ericeira Páscoa de 1991. Li-o em paralelo com M.B. N. C., enquanto um o lia de dia o outro lia-o à noite. Um livro que é uma experiência admirável , uma viagem ao mundo dos cheiros e dos seus efeitos.
Herman Hesse, Narciso e Goldmundo. Belíssimo! Os comentários dos leitores franceses que encontrei nesta página são assaz elucidativos: http://www.chez.com/guidelecture/narcisse.html
Hermann Hesse, Demian, Emprestou-me L.F.S.S.N. num tempo em que nos ríamos muito. Évora 1993
Úrsula K. Le Guin, Os Despojados, Um dos poucos livros de ficção científica que li, aconselhado por L.F. S. d. S.N. O tema da utopia tratado de uma forma original e exemplar

Ray Bradbury, A Morte é um Acto Solitário Évora, em Janeiro de 1994. Li-o depois da morte da minha mãe.
O Visconde Cortado ao Meio Reguengos de Monsaraz, em 1994. Muito interessante, prende a atenção, irónico, bem humorado e bem escrito
Paul Auster, Leviathan, Montemor-o-Novo. O primeiro livro que li deste autor e, talvez o melhor, em meu entender.
Paul Auster, O Palácio da Lua Montemor-o-Novo, o 2º na minha tabela de favoritos das obras de Auster
Selma Lagerlöf, O Imperador de Portugal, Montemor-o-Novo. De uma beleza e tristeza infinitas.
Max Gallo, O Olhar das Mulheres, Montemor-o-Novo, 2000. Os homens não conhecem as mulheres. http://www.xoeditions.com/biographiegallo.htm
C.K. Stead, A Morte do Corpo eu e L.F.S.S.N. rimo-nos bastante à conta deste livro.

1999- 2000 Luís Ene, A Justa Medida. Recomendo vivamente as reflexões filosóficas contidas no livro.

Camillo Boito, Senso, O Caderno Secreto da Condessa Lívia, Montemor-o-Novo, 2001. Uma história maliciosa e muito bem escrita.
António Tabucchi, Os Últimos três Dias de Fernando Pessoa . Montemor-o-Novo, Oferecido por L.F.S.S.N. Uma bela surpresa.
James Elroy, A Dália Negra, Um livro muito, muito negro, arrepiante

Abel Botelho, O Barão de Lavos. Um livro integrado no "movimento naturalista português," sobre o que o autor designou por patologia social .
Paul Auster, O Caderno Vermelho 2002. Também um dos meus preferidos deste autor
Doze Histórias de Mulheres, 2002 (Oferecido por G.G. no dia 26-07-2002)
Michael Cunningham, Uma Casa no Fim do Mundo 2003. Há muito tempo que não lia um livro que me agradasse tanto.
Paul Auster, O Livro das Ilusões 2003. Emprestado por L.F.S.S.N. Li-o de rajada mas provocou-me um estado de estranheza, até tive pesadelos durante a noite, não sei explicar porquê.
Voltaire, Memórias 2002 Escritas com o estilo irónico e ligeiro deste filósofo. Descobrem-se os fracos do célebre Frederico rei da Prússia e déspota iluminado.
Arturo Pérez-Reverte, O Mestre Esgrimista, Natal de 2002, oferecido por L.F.S.S.N.























Comentários

Mensagens populares