Montemor-o-Novo, 1 de Março de 2004
A propósito do início de mais um mês, um poema de Ingeborg Bachmann:
Estrelas de Março
Longe vem a sementeira. Surgem
os primeiros campos à chuva e estrelas de Março.
O universo ajusta-se à fórmula
de pensamentos estéreis, a exemplo
da luz que não toca na neve.
Haverá também pó sob a neve
e o que não se desfez servirá depois
de alimento ao pó. Oh vento a erguer-se!
Arados rasgam de novo as trevas.
Os dias querem alongar-se.
Nos dias longos semeiam-nos sem nos perguntar
naqueles sulcos tortos e direitos,
e as estrelas retiram-se. Nos campos
crescemos ou morremos ao Deus dará,
obedientes à chuva e por fim também à luz.
Ingeborg Bachmann, O Tempo Aprazado, (Lisboa, Assírio e Alvim , 1992), p.43.
A propósito do início de mais um mês, um poema de Ingeborg Bachmann:
Estrelas de Março
Longe vem a sementeira. Surgem
os primeiros campos à chuva e estrelas de Março.
O universo ajusta-se à fórmula
de pensamentos estéreis, a exemplo
da luz que não toca na neve.
Haverá também pó sob a neve
e o que não se desfez servirá depois
de alimento ao pó. Oh vento a erguer-se!
Arados rasgam de novo as trevas.
Os dias querem alongar-se.
Nos dias longos semeiam-nos sem nos perguntar
naqueles sulcos tortos e direitos,
e as estrelas retiram-se. Nos campos
crescemos ou morremos ao Deus dará,
obedientes à chuva e por fim também à luz.
Ingeborg Bachmann, O Tempo Aprazado, (Lisboa, Assírio e Alvim , 1992), p.43.
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