Quem se lembra do filme A Festa de Babette?
"Os convivas sentiam o corpo e o coração mais leves à medida que o jantar avançava. Já não precisavam de recordar mutuamente a sua promessa. Só quando se esquecia e renunciava firmemente a todo e qualquer pensamento sobre os prazeres da mesa - compreendiam-no agora - se podia enfim comer e beber como a lei manda.
O General Loeweennhielm pousou o talher, ficou imóvel. Mais uma vez se sentiu transportado a esse jantar em Paris de que se lembrara no trenó. Um prato incrivelmente recherché e saboroso fora ali servido; perguntara o nome desse prato a um conviva, o Coronel Glliffet, e o Coronel, sorrindo , respondera-lhe que se chamava cailles en sarcophage. Mais lhe disse ainda que o prato tinha sido inventado pelo chefe de cozinha desse mesmo café onde se encontravam, que tinha a fama , em toda a cidade de Paris, de ser uma mulher! "E realmente", dissera o Coronel Galliffet, "esta mulher faz de um jantar no Café Anglais um verdadeiro romance de amor, dessa nobre e romântica ordem se confundem os apetites e a saciedade tanto do corpo como do espírito!
Karen Blixen, A Festa de Babette e Outras Histórias do Destino, (Lisboa, Edições Asa, 1997), pp.56-57
"Os convivas sentiam o corpo e o coração mais leves à medida que o jantar avançava. Já não precisavam de recordar mutuamente a sua promessa. Só quando se esquecia e renunciava firmemente a todo e qualquer pensamento sobre os prazeres da mesa - compreendiam-no agora - se podia enfim comer e beber como a lei manda.
O General Loeweennhielm pousou o talher, ficou imóvel. Mais uma vez se sentiu transportado a esse jantar em Paris de que se lembrara no trenó. Um prato incrivelmente recherché e saboroso fora ali servido; perguntara o nome desse prato a um conviva, o Coronel Glliffet, e o Coronel, sorrindo , respondera-lhe que se chamava cailles en sarcophage. Mais lhe disse ainda que o prato tinha sido inventado pelo chefe de cozinha desse mesmo café onde se encontravam, que tinha a fama , em toda a cidade de Paris, de ser uma mulher! "E realmente", dissera o Coronel Galliffet, "esta mulher faz de um jantar no Café Anglais um verdadeiro romance de amor, dessa nobre e romântica ordem se confundem os apetites e a saciedade tanto do corpo como do espírito!
Karen Blixen, A Festa de Babette e Outras Histórias do Destino, (Lisboa, Edições Asa, 1997), pp.56-57
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