Hierofania da linguagem ou coisas de místicos
Para vires a gostar de tudo,
Não queiras ter gosto em nada.
Para vir a saber de tudo,
Não queiras saber algo em nada.
Para vir a possuir tudo,
Não queiras possuir algo em nada.
Para vir ao que não gostas
Hás-de ir por onde não gostas.
Para vir ao que não sabes,
Hás-de ir por onde não possuis,
Para vir ao que não és
Hás-de ir por onde não és.
Quando reparas em algo,
Deixas de arrojar-te ao todo.
Para vir de todo ao todo,
Hás-de deixar-te de todo em tudo.
E quando o venhas de todo a ter,
Hás-de tê-lo sem nada querer.
Nesta desnudez acha o espírito o seu descanso
porque não cobiçando nada,
Nada o afadiga para cima e nada o oprime
para baixo porque está no centro
da sua humildade.
São João da Cruz, Obras Completas, (Fátima, Carmelo, 1977).
Para vires a gostar de tudo,
Não queiras ter gosto em nada.
Para vir a saber de tudo,
Não queiras saber algo em nada.
Para vir a possuir tudo,
Não queiras possuir algo em nada.
Para vir ao que não gostas
Hás-de ir por onde não gostas.
Para vir ao que não sabes,
Hás-de ir por onde não possuis,
Para vir ao que não és
Hás-de ir por onde não és.
Quando reparas em algo,
Deixas de arrojar-te ao todo.
Para vir de todo ao todo,
Hás-de deixar-te de todo em tudo.
E quando o venhas de todo a ter,
Hás-de tê-lo sem nada querer.
Nesta desnudez acha o espírito o seu descanso
porque não cobiçando nada,
Nada o afadiga para cima e nada o oprime
para baixo porque está no centro
da sua humildade.
São João da Cruz, Obras Completas, (Fátima, Carmelo, 1977).
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