Estados de espírito
Em si e por si
o circuito onde coincidem todos os contornos
realizando todos os conteúdos
Buscando a outra face da Lua
Encontra-se um negro buraco - enigmático
- Aterrador chamariz
Disponível... Entra quem quer
Rodeia-se
Girando flutua-se:
irónica e placidamente;
Representam-se trágico-comédias:
fundo e tranquilo desprezo;
Horizontalmente sentem-se visceralmente as trágico-comédias:
dolorosa ingenuidade;
Transita-se
olhando desmesuradamente o abismo:
recua-se.
Mergulho no poço... talvez gelado
Apreensão...
Apreender o quê?
Estas incursões em estranhas águas
Sem roteiro, sem conhecimento do destino
nem levo ferramenta arqueológica.
Sei e não sei: esta empreitada quixotesca
visando o nada
Uma agulha - pode ser a de uma bússola - pica
Apreenderei fugidios fenómenos .
Lograrei descobrir novos reflexos nas baças águas
indícios de novos e misteriosos inquilinos
no coral já desvendado
Aguardo. .. espero tudo e nada
Interessa é a busca
partir, largar
Partir é já ter um cais.
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A Ordem ou a Desordem
processam-se continuamente
Adaptada instintivamente
a multidão
Assimila
e segue amorfa os velhos atalhos
labirínticos
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Lá longe olho o mar da cor mais
profunda que agora sinto
vejo ilhas
mais do que pensadas pressentidas
Ilhas onde não há coqueiros nem bronzeadores
Ilhas serenas onde se toma apenas uma fi:ugal refeição
e a suprema felicidade
é contemplar hipotética beleza não objectivável nem humanizável
prestes a desvanecer-se e viver em tranquila harmonia egóico-cósmica
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Queria ser um sopro de vento
e desfalecer ao findar o temporal
Queria ser um som subtil
na escala de uma composição
e desvanecer
no compasso seguinte
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La solitude de mes yeux
Se promène dans l' Azur
qui m'attire
et me fait mourir
en peu
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